sábado, 29 de setembro de 2012

DIA DE FURIA EM CATANDUVA


Todo comando de produção de geração  e distribuição de energia  elétrica em Catanduva pertencia a família Estefano, tendo como patriarca José Estefano, tio de Paulo Maluf.Ocupava um quarteirão quadrado entre as rua Sergipe, Amazonas,Alagoas e Pará bem no centro da cidade.Minha família morava na esquina da Rua Pará com Sergipe,bem defronte ao portão principal de entrada do pátio de serviço da Empresa.Todo quarteirão era ocupado pelos escritórios, pátio de serviço e ao fundo a mansão do proprietário, riquíssima em arquitetura e luxo.Já há tempos vinham prestando um serviço de baixa qualidade, preços elevados e faltas constantes de energia elétrica. Iniciou se na cidade uma onde de descontentamento e protesto quanto a qualidade do serviço mas nada era feito para se corrigir esta falha uma vez que os proprietários moravam no Guarujá e São Paulo e pouco vinham para Catanduva tendo um gerente para administrar tudo.Certo dia ninguém sabe ao certo como tudo começou, um grupo de pessoas que estavam no café da esquina resolveram em um grupo se dirigir até a sede da empresa para fazer um protesto e de uma manifestação que era para ser pacifica evolui para apedrejamento das janelas da empresa. A policia foi chamada pois ficava a um quarteirão dali, mas o efetivo era baixo e por despreparo de um policial , deu um tiro para assustar os participantes e esta bala perdida foi atingir uma pessoa que passava pela Rua Brasil , a um quarteirão dali e morreu. Foi o estopim de uma grande revolta. A massa popular que se formou em pouco tempo foi enorme,chamaram reforço policial de Rio Preto, e o povo na sua fúria arrancaram com as mãos o portão de ferro de Empresa que ficava defronte de minha casa.Se ouviam tiros vindo lá de dentro da Empresa para intimidar os manifestantes mas o apedrejamento se intensificou e a situação estava ficando fora de controle pois havia o desejo de se queimar tudo e lá dentro tinha deposito de combustível que poderia ocorrer uma tragédia se isto acontecesse.Chegou reforço policial de Rio Preto e o confronto se ampliou.O capitão da corporação corajosamente sem arma se dirigiu em direção ao grupo principal de manifestantes e iniciou um dialogo e ali mesmo decidiu que daria 15 minutos para que a população entrasse no recinto par quebrar tudo, preservando a casa sede e não colocando fogo em nada e depois iriam todos para casa pacificamente.Assim foi feito e a quebradeira foi geral,saques foram feitos, viam se rolos de fios serem arrastados pela rua, moveis quebrados,veículos tombados, atos de fúria nunca antes acontecidos na cidade. Ao mesmo tempo eu tudo isto acontecia outro grupo se dirigiu até a farmácia do Prefeito e ateou fogo nela e na casa do delegado. Passado o prazo dado pela policia os manifestantes se retiraram do local e a policia fez a segurança do local. No dia seguinte era possível ver a intensidade deste episodio com destruição total da Empresa. Só preservaram a mansão sede o resto foi tudo destruído. Foi uma noite de fúria jamais vista em uma cidade de população pacata e ordeira.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

LIÇÃO DE CARATER

Educação se faz com exemplos dentro de casa e o caráter se consolida por atitudes do seu dia a dia.Fui criado em um ambiente onde parâmetros de caráter e conduta com o próximo sempre andavam juntas e com orgulho posso dizer que o maior patrimonio que um pai pode passar para seus filhos são os estudos e um nome honrado.volto no tempo e me recordo de  uma passagem com meu pai em Catanduva. Tinha adquirido um predio comercial na rua central da cidade onde iria construir uma nova padaria e o negocio foi fechado com uma entrada em dinheiro e o restante em 24 pr3estações mensais com o vendedor que possuía uma loja de moveis no final da rua.Passados 30 dias deste negocio uma fatalidade se abateu na casa de moveis que foi atingida por um incêndio, que rapidamente se alastrou pois a cidade não possuía Corpo de Bombeiros e o socorro deveria vir de São José do Rio Preto a 54 Km e quando eles chegaram já estava tudo destruído..Me recordo da angustia e da tristeza de seu Irani de ver todo seu patrimônio que levou anos para construir se acabava em poucos minutos, tudo reduzido a cinzas. Do outro lado da calçada meu pai e eu acompanhávamos tudo e quando tudo se acalmou meu pai chamou seu Irani e lhe perguntou onde estavam as promissórias da compra do prédio. Sua resposta foi seca vindo do fundo de seu coração:"Se perdeu tudo no fogo"respondeu lhe então meu pai:"Passe amanhã cedo na padaria para fazermos todas elas de novo" .Naquela época bastava apenas a palavra empenhada para se cumprir um compromisso. Passado um tempo, Sr Irani confessou a meu pai que ele foi o único que reconheceu sua divida, todos demais não o procuraram para acertar seus débitos. Foi trabalhar como empegado em outra loja de moveis pois não tinha mais capital suficiente para um novo negocio. Este era meu pai, um homem de palavra, trabalho e caráter que me deixou lições de vida e de conduta e sempre que vinha almoçar em minha casa inciava antes com um Prece de Caritas.Toda Segunda feira quando fazemos Evangelho no Lar encerro com esta prece mentalizando sua presença no outro lado da mesa e tenho a certeza que junto com minha mãe estão em um local de muita luz.Meu pai , meu herói

domingo, 2 de setembro de 2012

MEUS 67 ANOS


Hoje é o dia de meu aniversario,2 de setembro.Acordei na madrugada e não mais consegui dormir. São 3:40 hs da manha e ainda na cama comecei a fazer uma retrospectiva de meu passado, da infância até os dias de hoje.De inicio veio as lembranças de minha infância em Campinas onde nasci, das minhas artes de criança, da minha Escola Rio Branco onde fui alfabetizado pelo meu querido mestre Carlos Cristovan Zink, do Liceu Salesiano onde fiz meu curso ginasial e quando aos 14 anos nos mudamos para Catanduva onde meu pai comprou lá a Padaria Regência, onde seria na verdade meu primeiro emprego.Com 15 anos já entregava o pão da madrugada com minha saudosa caminhonete Studbeiker na qual aprendi dirigir e durante o dia estudava no Barão do Rio Branco, escola publica de qualidade, com professores de alto conhecimentos e bem remunerados.Foi naquela época  que iniciei meus cursos de aviação, minha grande paixão, iniciando como piloto privado, comercial e finalmente Piloto Agrícola, fazendo parte da primeira turma do CAVAG formada no Brasil com o Brevet de numero 22, na Fazenda Ipanema em Sorocaba.Trabalhei inicialmente no Rio Grande do Sul  pulverizando lavouras de arroz ,bananas no Vale do Paraiba, Algodão em, MatoGrosso e Goias Já adolescente comecei a cursar faculdade de Economia em São José do Rio Preto e saiamos de ônibus as 6:30 hs da tarde e voltávamos as 11:00 hs da noite por um período de 4 anos.Nos finais de semana  fazia o curso de Paraquedismo em Rio Preto e praticava muito esporte, sendo jogador do time oficial da cidade o Cruzeiro Cestobol Clube.Depois de formado fui trabalhar em São Paulo na Uninvest, Pfizer e Ciba-Geigy isto por um período de 8 anos quando então resolvi fazer medicina ingressando na FAMECA, já casado e pai de 3 filhos onde me formei em 1982 completando este ano 30 anos de formado.Me vem a mente meu primeiro dia como Residente em Ortopedia na Santa Casa de Ribeirão Preto no serviço do Dr Tarquinio exatamente no dia 31 de dezembro de 1982 e após 2 anos retornei para Catanduva onde trabalhei nesta área por 20 anos, com vários cursos de especialização no Brasil e exterior solidificando minha profissão. Neste período momentos de felicidade,momentos de decepções, mas sempre persistindo com esperança e trabalho, fases de aprendizado e acredito de evolução espiritual. Me mudei depois para Ribeirão Preto voltando a trabalhar na Santa Casa como ortopedista e prestei posteriormente concurso na Prefeitura trabalhando em plantões na Distrital Norte, Simioni e atualmente na UBS da Vila Albertina. Com algumas intercorrencias de saúde, filhos já criados e cada um cuidando de sua vida a seu modo, resolvi puxar um pouco o freio de mão da vida, alternando trabalho com viagens, fazendo meu hobby construindo carros replicas antigos, triciclos  e escrevendo contos despretensiosos para que no futuro meus netos tenham um pouco da estória de seu avô.Só tenho que agradecer a Deus o muito que recebi, os amigos conquistados, a família que me completa e o entusiasmo que recebo para seguir em frente no trabalho.