Todo comando
de produção de geração e distribuição de
energia elétrica em Catanduva pertencia
a família Estefano, tendo como patriarca José Estefano, tio de Paulo
Maluf.Ocupava um quarteirão quadrado entre as rua Sergipe, Amazonas,Alagoas e
Pará bem no centro da cidade.Minha família morava na esquina da Rua Pará com
Sergipe,bem defronte ao portão principal de entrada do pátio de serviço da
Empresa.Todo quarteirão era ocupado pelos escritórios, pátio de serviço e ao
fundo a mansão do proprietário, riquíssima em arquitetura e luxo.Já há tempos
vinham prestando um serviço de baixa qualidade, preços elevados e faltas
constantes de energia elétrica. Iniciou se na cidade uma onde de
descontentamento e protesto quanto a qualidade do serviço mas nada era feito
para se corrigir esta falha uma vez que os proprietários moravam no Guarujá e
São Paulo e pouco vinham para Catanduva tendo um gerente para administrar tudo.Certo
dia ninguém sabe ao certo como tudo começou, um grupo de pessoas que estavam no
café da esquina resolveram em um grupo se dirigir até a sede da empresa para
fazer um protesto e de uma manifestação que era para ser pacifica evolui para
apedrejamento das janelas da empresa. A policia foi chamada pois ficava a um
quarteirão dali, mas o efetivo era baixo e por despreparo de um policial , deu
um tiro para assustar os participantes e esta bala perdida foi atingir uma
pessoa que passava pela Rua Brasil , a um quarteirão dali e morreu. Foi o
estopim de uma grande revolta. A massa popular que se formou em pouco tempo foi
enorme,chamaram reforço policial de Rio Preto, e o povo na sua fúria arrancaram
com as mãos o portão de ferro de Empresa que ficava defronte de minha casa.Se
ouviam tiros vindo lá de dentro da Empresa para intimidar os manifestantes mas
o apedrejamento se intensificou e a situação estava ficando fora de controle
pois havia o desejo de se queimar tudo e lá dentro tinha deposito de
combustível que poderia ocorrer uma tragédia se isto acontecesse.Chegou reforço
policial de Rio Preto e o confronto se ampliou.O capitão da corporação
corajosamente sem arma se dirigiu em direção ao grupo principal de
manifestantes e iniciou um dialogo e ali mesmo decidiu que daria 15 minutos
para que a população entrasse no recinto par quebrar tudo, preservando a casa
sede e não colocando fogo em nada e depois iriam todos para casa
pacificamente.Assim foi feito e a quebradeira foi geral,saques foram feitos,
viam se rolos de fios serem arrastados pela rua, moveis quebrados,veículos
tombados, atos de fúria nunca antes acontecidos na cidade. Ao mesmo tempo eu
tudo isto acontecia outro grupo se dirigiu até a farmácia do Prefeito e ateou
fogo nela e na casa do delegado. Passado o prazo dado pela policia os
manifestantes se retiraram do local e a policia fez a segurança do local. No
dia seguinte era possível ver a intensidade deste episodio com destruição total
da Empresa. Só preservaram a mansão sede o resto foi tudo destruído. Foi uma
noite de fúria jamais vista em uma cidade de população pacata e ordeira.
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