quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A QUEDA DO CINE RINK

Tarde de 16 e setembro de 1951.As atenções da cidade estavam voltadas naquele dia para a partida entre Ponte Preta e XV de Novembro de Piracicaba no Estadio Moises Lucarelli.No intervalo da partida, o istema de som anunciuou o pedido de comparecimento aos portões de saída de médicos que estivessem no estádio.Ainda não se falava no acidente, como forma de se evitar um previsível tumulto na saída dos torcedores.Somente no final da partia é que os alto falantes informaram sobre a destruição do cinema.
Com capacidade para 1200 pessoas o Cine Rink estava lotado naquela tarde. O teto começou a desabar quando os espectadores assistiam à matine dupla com os filmes Os salteadores e Amar foi minha ruina.Em poucos minutos a tragedia se completava, deixando 40 mortos e mais de 400 feridos.Muitos deles só foram retirados no dia seguinte.As vitimas eram colocadas nas calçadas em frente ao cinema, algumas atendidas na Farmácia São Luis, a poucos metros do Rink, muitos taxistas transportaram feridos para os hospitais que ficavam deitados nos corredores por falta de espaço.Campinas ficou aterrorizada e paralisada com o caos que se instalou,  procurando seus filhos e parentes com muito pouca informação.

Esta noticia estampada na época no jornal poderia ter acontecido em minha família pois todos os domingos a tarde eu e minhas irmãs Angela e Maria Lucia costumávamos ir na matine aos domingos e naquela tarde minhas irmãs saíram para ir ao Cine Rink.Como era pequeno ´fiquei em casa com minha mãe e meu pai estava dormindo.Em pouco tempo a noticia se espalhou , lembro do desespero de minha mãe ao receber a noticia que o cine Rink tinha caido e lembrou que minhas irmãs tinham ido para lá.Chorando acordou meu pai que imediatamente saiu em direção ao cinema na esperança de encontrar minhas irmãs. Os Hospitais da época não estavam preparados para tragédias e os corpos dos feridos ficavam deitados nos corredores a espera de atendimento.Todas as sessões dos outros cinemas foram interrompidas para que as pessoas pudessem retornar para suas casas para alivio de suas famílias e foi por isso que encontramos minhas irmãs, que tinham ido ao Cine Rink mas não tinham conseguido entrar pois estava lotado e foram para o Cine Carlos Gomes onde passava o mesmo filme.Quanta felicidade quando chegaram em casa a salvo.Quanta infelicidade para aquelas famílias que perderam seus filhos ainda jovens Foi a maior tragédia ocorrida em Campinas que nunca será esquecida e o porque da queda nunca esclarecida

terça-feira, 28 de agosto de 2012

OS GALOS DE BRIGA


Conheci Lucinho em uma viagem de férias. Morava em Campinas onde meus pais tinham uma padaria e todas nossas férias escolares eram passadas em Catanduva na casa de minha tia Olímpia, irmã de minha mãe  e meu tio Eliseu.Era  uma festa ir para Catanduva pois íamos de trem, tinha briga para sentar na janelinha para observar a paisagem e minha mãe com muita paciência e sabedoria fazia o controle dos horários para isto.Meus tios moravam em uma casa de fundos na Rua Bahia, bem no centro da cidade e na casa da frente moravam seu Lucio e Dona Orcina, pessoas fantásticas, boníssimas e que nos trataram como filhos igual aos que já tinham. Lucinho tinha minha idade e naquele mesmo dia nos tornamos amigos.Saimos todos os dias para pescar lambari no rio São Domingos que atravessava a cidade e todas as vezes trazíamos uma quantidade enorme de peixes tamanha era a fartura que aquele rio propiciava.Suas margens ficava repleta de pescadores e todos saiam sempre com muito peixe. Foi neste clima que fomos crescendo Lucinho e eu.Na mocidade Lucinho se tornou campeão de natação com vários títulos paulistas e nacionais, destacando o nome de Catanduva nesta área esportiva.Tinha um porte atlético maravilhoso, extrovertido e alegre conquistava a todos inclusive as garotas da cidade que caiam de amores por ele.As pescarias deram lugar a outros tipos de passeios mais nossa amizade sempre muito forte era irreversível.Seu pai Lucio tinha um laboratório de anestésicos odontológicos e como sonho ter seus filhos Lucinho e Roberto tomando conta dele no futuro, mas Lucinho resolveu ser técnico de natação da Recreativa e veio morar em Ribeirão, já casado naquela época com uma moça de família tradicional de Catanduva.Naquela época  eu trabalhava na Pfizer e viajava muito e em uma destas viagens a Catanduva nunca deixei de visitar Lucio e Orcina que me tratavam como filho.Lucio naquele dia abriu seu coração de sua tristeza de não ter seu filho Lucinho ao seu lado na laboratório uma vez que Roberto era ainda pequeno para comandar os negocio apesar de já estar sendo preparado para isto.Me pediu para que eu trouxesse de volta seu filho Lucinho para Catanduva para trabalharem juntos e ali selamos um trato, traria Lucinho para comandar a parte comercial e seu Lucio ficaria com o controle da produção.O italianão de coração gigante cedeu e lá fui eu para Ribeirão para trazer Lucinho de volta.Jantei com Lucinho e esposa naquela noite e fiz a proposta, todos choramos pois sabíamos o que estava acontecendo e em uma semana Lucinho estava de volta.A família novamente reunida. E os galos de briga onde entra nesta estória?
Lucinho era apaixonado por galos de briga e tinha uma criação enorme a qual dedicava um bom tempo, inclusive da família  a ponto de sua esposa ficar com ciúmes e dizer que gostava mais de ficar com os galos que em casa.Começou a criar um problema familiar.Em uma das visitas que fiz a ele me contou que precisava ampliar o laboratório com novas maquinas e que os bancos não estavam emprestando dinheiro e tinha conseguido empréstimo com seu sogro para este fim mas com uma condição de acabar com os galos. Queria meu conselho.Sugeri então que contratasse uma sitio na região, levasse todos seus galos para lá, emprestasse o dinheiro do sogro e quando acabasse de pagar sua divida ele iria lá buscar seus galos de volta.Lembro de seu abraço e de sua alegria pela ideia e assim foi feito.Ampliou o laboratório , em menos de 10 meses devolveu o dinheiro emprestado de seu sogro e voltou para buscar seus galos de briga. Este era Lucinho , amante de animais, alegre , extrovertido, atualmente morando em outro Estado muito longe, deixando saudades enquanto aguardamos sua volta.
Lucinho meu amigo de coração, forte abraço com muita paz e saude

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

CORRENTE MEDICA ESPACIAL

Era 31 de dezembro de 1982, estava de plantão de Residente de Ortopedia na Santa Casa de Ribeirão Preto em uma noite super movimentada onde não paravam de chegar pacientes da cidade e da região e na madrugada recebi um paciente vindo de Pirassununga com fratura de femur com alegação que não existia médico na cidade. Após passar por avaliação da equipe de urgência do plantão, deu entrada no meu serviço, lucido, consciente, conversando sem alteração neurológica e internado para posterior cirurgia. Continuei com meu trabalho por toda madrugada sem parar, estava exausto e muito cansado. Lá pelas 6 hs da manhã quando o movimento acalmou me deitei na maca de consultório para descansar e adormeci e após um tempo senti que me chamaram pelo nome e tocaram meu braço, abri os olhos e não tinha ninguém na sala. Achei estranho isto acontecer pois a primeira coisa que veio a minha cabeça foi o paciente Roberto vindo de Pirassununga, era como se alguém falasse ao meu ouvido para ir até lá ver ele, mas na minha cabeça estava tudo bem com ele, tinha sido avaliado. Continuei deitado e novamente ouvia a voz no meu ouvido para ir lá. Levantei e me dirigi ao seu quarto que esta em uma ala longe de meu consultório. Chegando lá abri a porta com cuidado e o vi dormindo não quis acordá-lo pois devia estar cansado por tudo que tinha passado.Fechei a porta com cuidado e novamente a voz veio ao meu ouvido: Acorda ele, acorda ele. Foram segundos de pensamento, mas já que esta lá e acordado, entrei no quarto, acendi a luz e o chamei por varias vezes e pude constatar que tinha entrado em coma. Imediatamente chamei o Neurologista que subiu com ele de imediato para o centro cirúrgico para descomprimir seu cérebro de um edema. Ficou em coma na UTI por 25 dias e só apos desta data é que fui fazer sua cirurgia de fêmur. Até hoje fico indeciso quem foi me chamar, se foi o meu anjo da guarda ou o dele.Certeza que também estavam de plantão e isto salvou sua vida

CORRENTE MEDICA ESPACIAL

Este episódio ocorreu há muitos anos quando ainda trabalhava em Catanduva como Ortopedista no Hospital Escola Padre  Albino.Naquele ano grave crise financeira afetou nosso hospital por falta de repasse de recurso federal e sem condições mínimas de trabalho, não estava mais internando paciente algum e todos novos pacientes que procuravam o Hospital eram transferidos para o outro hospital da cidade.Estava de plantão naquela tarde e eis que chega uma paciente idosa com fratura de fêmur e expliquei para a família que teria que ser transferida para outro hospital.Sua filha insistiu para que eu operasse sua mãe e para demonstrar que não dependia de mim e sim do hospital,  solicitei sua internação e para minha surpresa a paciente foi a única internada naqueles dois dias.O Hospital estava praticamente vazio, nada funcionando.Solicitei os procedimentos do pré cirúrgico com solicitação de exames e mais uma vez para minha surpresa foram feitos os exames. Liguei para o Centro Cirúrgico para marcar a cirurgia e mais uma vez para minha surpresa e alegria a única enfermeira que estava ficando lá se prontificou a esterilizar todo material e me auxiliar na sala. No dia da cirurgia, apenas 3 pessoas no centro cirúrgico, eu , meu auxiliar e a enfermeira.e tudo transcorreu muito bem e a paciente foi internada em uma ala que só estava ela.Na manhã seguinte ao passar visita médica em seu leito ouvi dela a pergunta: " o Sr não é filho da Dona Lourdes, não está se lembrando de mim?, continuou, Há muitos anos atrás o Sr costumava levar seus pais para tomar passe em minha residencia, ainda era muito jovem e nem fazia medicina e lhe disse na ocasião que seria médico pois tinha uma proteção espiritual muito grande.Como trabalhava em São Paulo na ocasião não levei aquela conversa a serio, mas me lembrei do fato e muito me emocionou este encontro depois de tantos anos.Foi a única paciente internada naquela data, no meu plantão e para ser operada por mim apos tantos anos.No dia de sua alta me confidenciou que toda vez que ia visitá-la sempre estava acompanhado de meu mentor espiritual um médico baiano em vidas passadas e seu assessor.Me senti muito pequeno diante da força espiritual daquela mulher e da grandeza de Deus e do Universo. Sempre antes de qualquer procedimento cirúrgico fazia minha oração e pedia ajuda de Deus através da corrente médica do espaço para que pudesse fazer o melhor pelo paciente e nestes anos todos fui auxiliado em  mais de 100 mil procedimentos cirúrgicos feitos nestes 25 anos e nunca tive uma intercorrência que  não fosse solucionada com sucesso.Nada acontece ao acaso sem a vontade de Deus, mesmo a mais simples queda de uma folha de uma árvore

FAZENDA MORADA DO SOL

Quando estive neste lugar pela primeira vez, senti a magia dia seu lugar, produzia em mim uma paz interior indescritível que não tinha sentido em nenhum outro local que visitei para comprar a fazenda, praticamente sem benfeitoria, uma casinha velha, sem luz, água de mina, mas ali era o lugar e ali me instalei.Iniciei fazendo uma nova casa, não muito grande mas que teria um conforto mínimo para poder começar a formar a fazenda. Através de fogão de lenha fiz um encanamento de serpentina que aquecia a água que era armazenada em uma caixa metálica e quando misturada com a água fria controlava a temperatura do banho.Construí uma torre de vento acoplada a um alternador o qual carregava continuamente uma bateria grande de caminhão e que mantinha toda iluminação da casa com lampadas de 12 volts e a conservação dos alimentos era feita através de uma geladeira a gás muito boa.A água vinha através de uma mina de água movida a roda de água mecanicamente e armazenada em uma caixa de 5000 lts que construí no alto da fazenda e por gravidade abastecia toda a casa e currais.Tinha o mínimo necessário de conforto para poder lá ficar.Quando contratei seu Geraldo, homem experiente e aposentado para trabalhar como meu administrador, era profundo conhecedor de gado e foi através dele que começamos a formar nosso plantel só com fêmeas desmamadas.Seu olhar critico me indicava qual bezerra comprar, era meu professor para conhecer as qualidades de um bom gado.Como eram fêmeas de boa linhagem trouxe de uma fazenda de minha região que explorava o leite tipo A e só as crias fêmeas tinham valor, os machos que nasciam eram descartados, comprei dois bezerros desmamados holandeses puros e completei o plantel.com 62 cabeças.A fazenda ficava as margens do Rio Caxambu e Rio das Velhas no município de Sacramento a 41 Km da cidade em estrada de terra muito ruim que era caminho para a Serra da Canastra.Replantei em toda margem do Rio das Velhas com arvores nativas e refiz a mata ciliar que estava degradada e cerquei toda margem para que o gado não tivesse acesso ao rio que era muito grande e caudaloso naquele pedaço.Viviam em harmonia na fazenda, lobos, tamanduás, capivaras, seriemas, variedade enorme de pássaros e aves.Se sentiam seguros lá, cruzamos varias vezes pelos pastos a cavalo e a pé e nunca fizeram menção de nos atacar,nos olhávamos, e cada um seguia seu caminho em paz Quando o gado ficou na idade fértil começaram a nascer as primeiras crias, nasceram 40 cabeças sendo 30 fêmeas que a partir dai tínhamos uma grande quantidade de leite que era toda transformada em queijo e vendida na cidade levada pelo caminhão de leite. Começava a fase produtiva da fazenda.No pomar plantei 35 especies de arvores frutíferas, uma de cada tipo, 75 ao redor da casa e mais 300 em áreas da fazenda. Ficou maravilhosa e ainda mais agradável de se viver .Hoje não mais me pertence, mas guardo com muito carinho no coração e nos pensamentos tudo que lá criei e deixei, e relembro com saudade os maravilhosos momentos que lá passei

sábado, 11 de agosto de 2012

MEU PAI

Nasci em Campinas onde meu pai tinha a Padaria do Sol.Foi nesta cidade e neste ambiente que passei toda minha infância, construindo meus próprios brinquedos e fazendo brincadeiras e artes nas ruas com demais crianças.Meu pai sempre muito severo procurava me controlar da melhor maneira possível mas muito carinhoso e preocupado com toda família.Lembro do dia que me levou pela primeira vez na Escola Rio Branco localizada a duas quadras da padaria e considerada a melhor escola primaria de Campinas,antiga Escola Alemã, do meu inesquecível mestre Carlos Cristovan Zink.Lembro de suas viagens constantes a São Paulo para compra de farinha e sua volta era sempre acompanhada de muita alegria pois sempre trazia coisas diferentes para casa, queijos estrangeiros,chocolates e tâmaras em grandes latas decoradas escritas em letras esquisitas para nós mas que eram deliciosas.Presentes recebíamos em todas datas especiais na época, Ovos de Pascoa que exibíamos com orgulho, Aniversário onde não faltava brigadeiro e Natal.Nos domingos, minha mãe fazia o almoço sempre com a macarronada presente e todos a mesa almoçávamos ouvindo musicas de Carlos Galhardo ,ora Orlando Silva, ora Francisco Alves ou Dalva de Oliveira que eram os cantores da época em uma radiovitrola com disco de vinil. Era o único dia em que tomávamos refrigerantes de garrafas. Em muitos finais de semana no sábado levava a todos em Valinhos para ir ao cinema e depois comer pipoca ou lanche ao lado de uma padaria que já tinha sido dele e de meu avô, acredito que era para relembrar seu passado e de sua mocidade que passou naquela cidade.O tempo foi passando, as minhas artes diminuindo fui fazer ginásio no Liceu Salesiano e já estávamos morando em uma nova casa na Rua Senador Saraiva 88 , perto da padaria.Hoje tenho a noção de meu pai com pouco estudo poder proporcionar a seus filhos estudo de qualidade,queria um futuro diferente para nós.Depois que minha irmã Maria Lucia se casou e foi morar em Catanduva íamos constantemente fazer visitas a ela e meus tios que lá moravam e era o local onde passávamos nossas férias.Sentindo nossa felicidade e manter a familia perto, comprou uma padaria em Catanduva que estava desativada e nos mudamos para lá. Uma nova fase se iniciava para todos nós.A Padaria Regência se tornou em pouco tempo a melhor da  cidade pela diversidade de opções que tinha para a época onde tudo era feito artesanalmente dos pães aos biscoitos, bolachas e doces.Fui estudar na Escola Rio Branco de ensino publico de qualidade.Estudava de dia e gostava de ir ajudar na padaria em meus horários de folga.Com 16 anos entregava de madrugada todo pão para nossos revendedores e dirigia a caminhonete carregada com os cestos de vime.Trabalhava da 3  as 6 hs da manhã, tomava meu café e ia para escola onde já cursava o colegial .Quando me formei em Medicina depois de muito anos, lembro do orgulho de meus pais e da sua alegria em participar da festa de formatura onde me alegrava muito o ver dançando com minha mãe no baile, coisa que não fazia há muitos anos pela idade e por sua saúde. Quando teve um grave problema de saúde atingindo o estomago já estava morando em Ribeirão Preto e o trouxemos para cá para que pudesse ter um atendimento melhor e foi a época final que passei com ele. Todo domingo almoçava em casa e iniciava o almoço com a Prece de Caritas depois como sempre elogiava a comida de minha esposa Linda, ele adorava seu tempero.A primeira vez que o levei no Shopping já com saúde mais debilitada, sentado na cadeira de rodas e observava tudo como uma criança com brilho no olhar.A primeira parada foi na loja que vende Prets e comeu um inteiro, depois na praça de alimentação me disse que queria comer uma pizza e tomar um chopp.Percebi o olhar surpreso de minha esposa pois sabia de seu problema de saúde e dos medicamentos que tomava. Comeu 2 pedaços de pizza, tomou 2 chopes , saiu feliz e nada daquilo lhe fez mal.Gostava de ir ao shopping.Um dia resolveu partir, deixando em todos uma saudade imensa.
Será que disse o suficiente em vida o tanto que eu o amava?
Para os que ainda tem a felicidade de ter pai, não basta só demonstrar com gestos e atitudes que o ama, diga isto para ele, que tenho certeza que gostará de ouvir.Ao meu pai, meu heroi , meu amor incondicional  

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

FILHOS

Na foto de cima João Vicente,João Vitor e Thais posando a frente de um lindo pé de Acácia amarelo em Catanduva.Na foto de baixo brincando no parquinho do Posto Barreirense perto de Cordeirópolis, parada obrigatória nas viagens. João Vitor , santista, sentado num carrinho com o simbolo do Santos

MORADA DO SOL 2

Esta foto da fazenda Morada do Sol quando de visita de meu filho João Vitor.A fazenda tinha uma parte da mata nativa que nunca entramos nela para preservar os animais que nela habitavam.Refizemos toda mata ciliar as margens do Rio das Velhas que estava degradada com plantação de centenas de arvores nativas.Por varais vezes cruzamos pelos pastos com lobos, tamanduás, capivaras, seriemas, todos vivendo em harmonia A Energia eólica que citei construí uma hélice de vento, acoplada a um alternador que carregava uma bateria grande de caminhão e toda casa era iluminada com lampadas de 12v pela bateria que nunca descarregava decorrente do trabalho do alternador movido pelo ar.A geladeira era grande e movida a gás, gelava muito bem e completava o conforto da casa. Tínhamos o necessário para vivermos bem por lá

sábado, 4 de agosto de 2012

TRICICLO SR 1600

Alguns anos atrás projetamos este triciclo e com o trabalho artesanal e competente de meu cunhado Sergio, inciamos sua construção. O veiculo base era uma Brasília vermelha, caindo aos pedaços que seu proprietário me vendeu achando que estava louco em pagar por ela R$ 500,00 reais na época.A mim só interessava sua documentação que estava valida e seu eixo traseiro com motor e cambio, pois eram o que seria preciso para iniciar o triciclo.Apos isto o que se viu era apenas um eixo traseiro e todo resto a Brasília retirado e doado para sucata. Iniciamos sua construção com eixo de longarina 3/4 e tubulação de oito polegadas e começava a tomar forma. A construção da bengala dianteira foi feita com alta precisão que permitia ao triciclo uma estabilidade perfeita no dirigir. Depois da estrutura pronta vem a sequencia de colocação mecânica, elétrica, pintura, tapeçaria e documentação.Uma vez pronto era prazeroso passear com eles, sentir na estrada o vento contra o corpo, apreciando a paisagem e o passeio, Esta sensação de liberdade de quem possui um triciclo, carinhosamente chamado de Triker, é que sabe o que estou falando.Junto com minha amada fizemos passeios maravilhosos,curtimos sensações indescritíveis e muitas estórias para recordar.Não o vendi mas ele se foi, ficou em minha mente o ronco de seu motor quando partiu e saiu de minha vida deixando muita saudades.Guardo com carinho suas fotos.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

DIFERENÇA ENTRE LIDER E CHEFE



Um grande industrial notou que sua Empresa estava em decadência apesar de varias sugestões recebidas. Já desesperado procurou uma “vidente” famosa de seu bairro para que o auxiliasse. Após escutar sua estória a mulher se levantou, ausentou-se as sala e logo após voltou para sala trazendo em suas mãos uma caixinha muito bem embrulhada com o seguinte recado para ele.”Dentro desta caixa está escrito um bilhete para que você só leia após 30 dia. Você terá que colocar esta caixinha entre as mãos e percorrer todos os setores de sua Empresa logo pela manhã, todos os dias apor 30 dias e após isto poderás abrir a caixa e ler o que lhe escrevi”seguindo  esta orientação iniciou este roteiro e pode neste período observar todos os problemas que estavam acontecendo dentro da empresa e os começou a corrigir e no final de  30 dias já tinha retornado os bons momentos de sua firma.Ansioso por abrir a caixa e ler o que estava escrito  assim o fez. Abriu o papel e leu:”Isto que você fez deveria ter feito todos os dias”.
Em 1974 era Gerente Regional da Divisão Agroquímica da Ciba Geigy em São Paulo e gostava de ficar fazendo meus planejamentos de vendas   após o horário de trabalho para evitar o transito nos horários de pico.Certa noite estava em minha mesa e o veterinário da Empresa em outra mesa no fundo da sala e eis que entra um senhor e sorrindo me cumprimentou e sentou para conversar.Iniciamos nossa conversa comentando a reforma que esta sendo feita no salão com colocação de divisórias e me perguntou qual era meu trabalho na Empresa e esta conversa cordial fluiu como se fossemos velhos amigos  pois não tinha perguntas interrogativas mas sim de puro aprendizado de meu trabalho, minhas dificuldades, minhas ideias de contornar os problemas e qual o aporte que recebia da Empresa para isto.Apesar da conversa descontraída percebi a uma certa tensão no veterinário que não parava de olhar para nossa mesa.Perguntei a ele se também trabalhava na Empresa o que me respondeu sorrindo que fazia trabalho burocrático sem muita emoção e se despediu com um forte aperto de mão.Rapidamente veio o veterinário me perguntando o que “ele” queria.Respondi, apenas conversar e conhecer nosso trabalho ERA O PRESIDENTE DA CIBA GEIGY NO BRASIL.
Era o homem carregando  a caixinha entre as mãos e percorrendo todos os setores de Empresa.Chegava cedo  em seu carro particular, sem motorista,conversava desde o jardineiro, faxineiro, cozinheiras e com todos funcionários, sempre  escutando e tratando a todos com cordialidade e respeito.Era um LIDER NATO pois sabia ouvir quem realmente conhecia os problemas da Empresa e poder com isto planejar o melhor,e isto se aplica a todos os setores da vida que envolvam chefia. Ser Chefe é fácil o difícil é ser Lider.é escutando todos seus subordinados, seus problemas, suas dificuldades e sugestões é que se pode ter um quadro real da situação e poder em cima destes dados fazer um planejamento, executar, controlar, avaliar resultados. Isto é o que diferencia um Lider de um Chefe na condução de um cargo que lhe é delegado.Todo Administador que não conhece seu reais problemas e não sabe escutar, nunca terá dados corretos para planejar e com toda certeza não terá sucesso.Quem não sabe ouvir não terá nunca capacidade de comandar.
Precisamos de Lideres, pois em nossos dias já temos muitos Chefes para poucos indios