quarta-feira, 15 de agosto de 2012

CORRENTE MEDICA ESPACIAL

Era 31 de dezembro de 1982, estava de plantão de Residente de Ortopedia na Santa Casa de Ribeirão Preto em uma noite super movimentada onde não paravam de chegar pacientes da cidade e da região e na madrugada recebi um paciente vindo de Pirassununga com fratura de femur com alegação que não existia médico na cidade. Após passar por avaliação da equipe de urgência do plantão, deu entrada no meu serviço, lucido, consciente, conversando sem alteração neurológica e internado para posterior cirurgia. Continuei com meu trabalho por toda madrugada sem parar, estava exausto e muito cansado. Lá pelas 6 hs da manhã quando o movimento acalmou me deitei na maca de consultório para descansar e adormeci e após um tempo senti que me chamaram pelo nome e tocaram meu braço, abri os olhos e não tinha ninguém na sala. Achei estranho isto acontecer pois a primeira coisa que veio a minha cabeça foi o paciente Roberto vindo de Pirassununga, era como se alguém falasse ao meu ouvido para ir até lá ver ele, mas na minha cabeça estava tudo bem com ele, tinha sido avaliado. Continuei deitado e novamente ouvia a voz no meu ouvido para ir lá. Levantei e me dirigi ao seu quarto que esta em uma ala longe de meu consultório. Chegando lá abri a porta com cuidado e o vi dormindo não quis acordá-lo pois devia estar cansado por tudo que tinha passado.Fechei a porta com cuidado e novamente a voz veio ao meu ouvido: Acorda ele, acorda ele. Foram segundos de pensamento, mas já que esta lá e acordado, entrei no quarto, acendi a luz e o chamei por varias vezes e pude constatar que tinha entrado em coma. Imediatamente chamei o Neurologista que subiu com ele de imediato para o centro cirúrgico para descomprimir seu cérebro de um edema. Ficou em coma na UTI por 25 dias e só apos desta data é que fui fazer sua cirurgia de fêmur. Até hoje fico indeciso quem foi me chamar, se foi o meu anjo da guarda ou o dele.Certeza que também estavam de plantão e isto salvou sua vida

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