Quando terminamos uma etapa do nosso curso de Piloto Agrícola na fazenda Ipanema, fomos fazer um estágio na Agroar, empresa de
Aviação Agrícola em Pelotas na Rio Grande do Sul, e com seus aviões Cesnas Agewagon baseados na região de Santo Antonio da
Platina. Descemos em Porto Alegre em um avião DC 3 da FAB que nos foi cedido
para esta viagem da Fazenda para transporte dos pilotos e de lá de ônibus
seguimos para a cidade de Pelotas.
Com a divisão dos grupos fui para Santo Antônio da Platina
para treinamento de campos de plantação de arroz para aplicação de herbicida
Stam F 34. A topografia plana da região e a cultura regular do arroz, permitia
um voo de baixa altitude e alta velocidade que proporcionava uma emoção indescritível para nós pilotos pela
própria performance deste avião moderno e importado dos estados Unidos, uma vez
que o Brasil não produzia na época este tipo de aeronave.Este avião era
diferente dos que tínhamos no curso pois eram
metálicos e de passo variável, e os nossos eram em estrutura em tela e
passo fixo. Passo em aviação é variação do ângulo da hélice e funciona como um
cambio nos automóveis.
Chegamos na lavoura no período da tarde e no final do
trabalho nos foi oferecido o avião para que cada um fizesse um voo de adaptação
e reconhecimento da área e sai para o primeiro voo da tarde. Ao decolar preocupado com o ajuste do passo
procurei não me afastar muito da área pois não conhecia a região e os campos de
pouso eram em terrenos da fazenda de piso em grama e terra, balizados em sua
lateral com pneus pintados de branco e de pouca extensão.Quando estabilizei a
altura do avião olhei para baixo procurando demarcar a pista de pouso e para
minha surpresa não mais a encontrei, era um tapete verde, não conseguia
distinguir o campo da lavoura e comecei a ficar muito preocupado. Comecei a
voar em círculos para localizar o campo de pouso pois minha única preocupação
no momento era minha segurança e a do avião pois o combustível era pouco e
entardecia rápido na região e o risco de fazer um pouso forçado e quebrar a
aeronave aumentava.
Visualizei uma fazenda ao longe e para lá me dirigi na
esperança de encontrar um campo de pouso pois a noite se aproximava, já tinha
acesso a luz interna do painel da aeronave e já com pouco combustível. Para
minha felicidade a fazenda tinha um campo de pouso de terra batida e minha
preocupação era o estado desta pista e para tal fiz um voo rasante nela para
esta verificação já com os faróis ligados para iluminar a pista. Chegando ao
seu final ganhei altura para contorno e respectivo pouso e nesse momento cruzei
minha pista de origem com meus amigos iluminando a pista com os faróis dos
carros e sem tirar o olho dela vim par o
pouso conseguido com exito. Já em solo as pernas tremiam, os braços estavam
pesados pela tensão, suado e com uma oração agradeci a Deus por aquele dia.l
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