quinta-feira, 19 de julho de 2012

AGROAR


Quando terminamos uma etapa do nosso curso de Piloto Agrícola na fazenda Ipanema, fomos fazer um estágio na Agroar, empresa de Aviação Agrícola em Pelotas na Rio Grande do Sul, e com  seus aviões Cesnas Agewagon  baseados na região de Santo Antonio da Platina. Descemos em Porto Alegre em um avião DC 3 da FAB que nos foi cedido para esta viagem da Fazenda para transporte dos pilotos e de lá de ônibus seguimos para a cidade de Pelotas.
Com a divisão dos grupos fui para Santo Antônio da Platina para treinamento de campos de plantação de arroz para aplicação de herbicida Stam F 34. A topografia plana da região e a cultura regular do arroz, permitia um voo de baixa altitude e alta velocidade que proporcionava uma emoção indescritível  para nós pilotos pela própria performance deste avião moderno e importado dos estados Unidos, uma vez que o Brasil não produzia na época este tipo de aeronave.Este avião era diferente dos que tínhamos no curso pois eram   metálicos e de passo variável, e os nossos eram em estrutura em tela e passo fixo. Passo em aviação é variação do ângulo da hélice e funciona como um cambio nos automóveis.
Chegamos na lavoura no período da tarde e no final do trabalho nos foi oferecido o avião para que cada um fizesse um voo de adaptação e reconhecimento da área e sai para o primeiro voo da tarde.  Ao decolar preocupado com o ajuste do passo procurei não me afastar muito da área pois não conhecia a região e os campos de pouso eram em terrenos da fazenda de piso em grama e terra, balizados em sua lateral com pneus pintados de branco e de pouca extensão.Quando estabilizei a altura do avião olhei para baixo procurando demarcar a pista de pouso e para minha surpresa não mais a encontrei, era um tapete verde, não conseguia distinguir o campo da lavoura e comecei a ficar muito preocupado. Comecei a voar em círculos para localizar o campo de pouso pois minha única preocupação no momento era minha segurança e a do avião pois o combustível era pouco e entardecia rápido na região e o risco de fazer um pouso forçado e quebrar a aeronave aumentava.
Visualizei uma fazenda ao longe e para lá me dirigi na esperança de encontrar um campo de pouso pois a noite se aproximava, já tinha acesso a luz interna do painel da aeronave e já com pouco combustível. Para minha felicidade a fazenda tinha um campo de pouso de terra batida e minha preocupação era o estado desta pista e para tal fiz um voo rasante nela para esta verificação já com os faróis ligados para iluminar a pista. Chegando ao seu final ganhei altura para contorno e respectivo pouso e nesse momento cruzei minha pista de origem com meus amigos iluminando a pista com os faróis dos carros e  sem tirar o olho dela vim par o pouso conseguido com exito. Já em solo as pernas tremiam, os braços estavam pesados pela tensão, suado e com uma oração agradeci a Deus por aquele dia.l

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