sexta-feira, 20 de julho de 2012

SALTO DE PARAQUEDAS


Naquela época era incomum a pratica de Paraquedismo decorrente da dificuldade de equipamento e instrutor especializado.Residindo em Catanduva se iniciou um Curso em São José do Rio Preto todo final de semana e formamos um grupo para participar onde saiamos sábado pela manhã e tínhamos aulas no inicio de teoria para depois entrar nas aulas praticas.
Passado esta fase de teoria fomos para a pratica, para o primeiro salto da turma e  a ansiedade era geral entre os alunos pois era uma experiência inédita que iria ocorrer em nossas vidas e não tínhamos a noção exata dos riscos a correr. Em paraquedismo a primeira lição importante  que aprende é dobrar seu próprio paraquedas pois cada um é o único responsável e se o pegar já dobrado, tem que abrir e dobrar novamente assumindo toda responsabilidade do salto.Os equipamento eram antigos, não tinham comandos como os de hoje e foram doados pela FAB para a pratica de saltos, de cor verde camuflada, muitos bonitos e grandes. Naquela manhã a primeira bateria era de 4 alunos de Rio Preto e entre eles estava um colega que trabalhava de vendedor em uma loja de roupas masculinas e que tinha baixa estatura e baixo peso. Ficamos em solo observando o salto e o avião ganhar altura pois a manhã estava linda, com muito sol e ventos fracos, ideal para pratica de salto. Chegando a nível de segurança todos saltaram do pequeno avião sem portas e para nossa alegria todos os paraquedas se abriram. As sensações eram diversas entre nós mas algo nos chamou atenção no paraquedas do vendedor que ao se abrir e decorrente de seu tamanho e o baixo peso do aluno não conseguia descer e com ação dos ventos lá em cima ele começou a navegar e ganhar altura como um balão.De longe o víamos balançar as pernas, para ver se ajudava a descer, mas tudo em vão, continuava se afastando cada vez mais.Saímos por terra em sua ajuda de resgate e já tínhamos passado Mirassol sentido Monte Aprazível e cada vez mais continuava navegando. Felizmente na região de Nova Granada com ajuda de correntes descendentes ele começou a cair e foi terminar seu salto em uma galhada de arvore secas e arranhando todo parecendo que tinha brigado com onça, mas com final feliz. Terminou ali o sonho de saltar de paraquedas de muitos alunos. Foi depois fabricado para os alunos mais magros, cintos de chumbo que fixados na cintura, aumentava seu peso e evitava este tipo de problema. O Curso seguiu adiante...

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