quinta-feira, 19 de julho de 2012

MEU MESTRE QUERIDO


Como dizia o poeta, ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os tempos não trazem mais.
Carlos Cristovam Zink, estirpe alemã, coração do seu tamanho, enérgico com justiça, paciente no ensinar, um mago para encantar seus alunos, uma alegria quando o víamos aparecer na esquina e a correria dos alunos em sua direção era enorme para ter o privilégio de vir de mãos dadas com o mestre, que rodeado pelos seus alunos e quase que carregado por eles ate adentrar a escola. Escola Rio Branco, antiga Escola Alemã, em Campinas que teve que mudar seu nome em decorrência da Segunda Guerra onde inclusive, se ensinava o idioma alemão para seus alunos. Tudo isto foi proibido, mas se manteve aberta, altaneira com o nome de Rio Branco, berço de formação de campineiros ilustres, formadora de cidadãos
De arquitetura clássica com grandes janelas, todas trabalhadas com entalhes, em seu portão principal, todo de ferro dourado tinha seu nome em arco. Na parte superior  iniciava uma escada que nos levava ao pátio interno da escola de grande dimensão onde em suas laterais ficavam as salas de aula. Era neste pátio que todas as manhãs os alunos eram reunidos para perfilados e entoavam o Hino Nacional, hasteamento da Bandeira Nacional e só depois se dirigiam as salas de aula.
Ficávamos todos sentados e quando o professor entrava na sala, todos os alunos se levantavam em sinal de respeito para receber o mestre. Antes de iniciar a aula era rezado por todos os  a oração do Pai Nosso e depois é que se iniciava as atividades didáticas.
Deste grande salão tinha uma saída para área externa com um grande Flamboaiã que reinava imponente, produzindo maravilhosas flores e sombra onde tomávamos nosso lanche  pois não existia cantina e cada aluno trazia de casa sua merenda.
Em nossa classe nas aulas de alfabetização eram usados quadros de madeira, moveis, com as letras que ao movimento formavam palavras e nas aulas de escrita a qualquer dificuldade o mestre vinha carteira por carteira e pegava na mão do aluno ensinando-o a bordar a letra no caderno de caligrafia.
Aqueles que chegavam suados do recreio eram reservados uma lavagem de rosto com água e sabão em uma bacia e um jarro de porcelana que ficava num canto da sala, acompanhado de um cascudo na cabeça para não mais repetir a proeza. No dia do aniversário, o aluno, era conduzido pelo mestre até sua mesa e colocado de pé sobre ela e todos cantavam os parabéns e após os cumprimentos o mestre abria seu armário com todo material escolar e você como presente, podia escolher o que quisesse. Sempre pegávamos lápis e borracha que era a novidade maior na época. Havia aulas de religião uma vez por semana e o mestre sentava-se em uma cadeira na sala, na frente dos alunos e contava histórias da bíblia e tinha o hábito de ao ler, balançar a cadeira para trás.
Um dia errou o calculo, a cadeira empinou e só vimos o mestre balançar as pernas no are cair de costas. Não sabíamos se riamos ou ajudávamos o professor levantar e quando ele levantou-se disse: Podem rir, e foi uma bagunça geral  e risos a vontade foi  a única vez que teve bagunça na sala de aula.
Como agradecer meu mestre por me tirar das trevas da ignorância, por ter me ensinado as primeiras palavras e ter feito de mim um cidadão, a não ser orando  para que está profissão de MESTRE , este ideal de vida não se apague no coração das pessoas de bem e que escolheram partilhar seus conhecimentos com seu próximo. Saudades.......       










 

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