Como dizia o poeta, ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância
querida que os tempos não trazem mais.
Carlos Cristovam Zink, estirpe alemã, coração do seu tamanho,
enérgico com justiça, paciente no ensinar, um mago para encantar seus alunos, uma
alegria quando o víamos aparecer na esquina e a correria dos alunos em sua
direção era enorme para ter o privilégio de vir de mãos dadas com o mestre, que
rodeado pelos seus alunos e quase que carregado por eles ate adentrar a escola.
Escola Rio Branco, antiga Escola Alemã, em Campinas que teve que mudar seu nome
em decorrência da Segunda Guerra onde inclusive, se ensinava o idioma alemão
para seus alunos. Tudo isto foi proibido, mas se manteve aberta, altaneira com
o nome de Rio Branco, berço de formação de campineiros ilustres, formadora de
cidadãos
De arquitetura clássica com grandes janelas, todas
trabalhadas com entalhes, em seu portão principal, todo de ferro dourado tinha
seu nome em arco. Na parte superior iniciava uma escada que nos levava ao pátio
interno da escola de grande dimensão onde em suas laterais ficavam as salas de
aula. Era neste pátio que todas as manhãs os alunos eram reunidos para
perfilados e entoavam o Hino Nacional, hasteamento da Bandeira Nacional e só
depois se dirigiam as salas de aula.
Ficávamos todos sentados e quando o professor entrava na sala,
todos os alunos se levantavam em sinal de respeito para receber o mestre. Antes
de iniciar a aula era rezado por todos os a oração do Pai Nosso e depois é que se
iniciava as atividades didáticas.
Deste grande salão tinha uma saída para área externa com um
grande Flamboaiã que reinava imponente, produzindo maravilhosas flores e
sombra onde tomávamos nosso lanche pois
não existia cantina e cada aluno trazia de casa sua merenda.
Em nossa classe nas aulas de alfabetização eram usados
quadros de madeira, moveis, com as letras que ao movimento formavam palavras e
nas aulas de escrita a qualquer dificuldade o mestre vinha carteira por
carteira e pegava na mão do aluno ensinando-o a bordar a letra no caderno de
caligrafia.
Aqueles que chegavam suados do recreio eram reservados uma
lavagem de rosto com água e sabão em uma bacia e um jarro de porcelana que
ficava num canto da sala, acompanhado de um cascudo na cabeça para não mais
repetir a proeza. No dia do aniversário, o aluno, era conduzido pelo mestre até
sua mesa e colocado de pé sobre ela e todos cantavam os parabéns e após os
cumprimentos o mestre abria seu armário com todo material escolar e você como
presente, podia escolher o que quisesse. Sempre pegávamos lápis e borracha que
era a novidade maior na época. Havia aulas de religião uma vez por semana e o
mestre sentava-se em uma cadeira na sala, na frente dos alunos e contava
histórias da bíblia e tinha o hábito de ao ler, balançar a cadeira para trás.
Um dia errou o calculo, a cadeira empinou e só vimos o
mestre balançar as pernas no are cair de costas. Não sabíamos se riamos ou
ajudávamos o professor levantar e quando ele levantou-se disse: Podem rir, e
foi uma bagunça geral e risos a vontade
foi a única vez que teve bagunça na sala
de aula.
Como agradecer meu mestre por me tirar das trevas da
ignorância, por ter me ensinado as primeiras palavras e ter feito de mim um cidadão,
a não ser orando para que está profissão
de MESTRE , este ideal de vida não se apague no coração das pessoas de bem e
que escolheram partilhar seus conhecimentos com seu próximo. Saudades.......
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